“Isto, [o assunto das suspeitas que recaem sobre Luís Montenegro], só se resolverá se houver vontade do primeiro-ministro em resolver. Não se resolverá de outra maneira. Isto resolve-se se o primeiro-ministro tiver vontade em resolver. Se o primeiro-ministro não tiver vontade em resolver, isto não se vai resolver”, disse André Ventura.
O líder do CHEGA, que falava aos jornalistas na Ribeira Grande, nos Açores, antes de iniciar uma reunião com a Associação Agrícola de São Miguel, no âmbito da pré-campanha para as legislativas, referiu que o caso também se resolve se Montenegro “perceber que não é a fugir para a frente, que vai conseguir ultrapassar” as questões.
“Eu percebo que, talvez, até o primeiro-ministro agora tenha entendido que isto é uma espécie de escudo, que enquanto se fala disto, não se fala de outras coisas”, admitiu, considerando que “pode-lhe dar jeito em determinadas circunstâncias”.
E concretizou: “Num dia, há suspeitas, num dia, há uma nova investigação do Ministério Público, no outro dia há um arquivamento, noutro dia há novas suspeitas, noutro há um novo arquivamento, noutro dia há uma acusação, há uma investigação… Tudo isto contamina uma campanha eleitoral”.
Questionado sobre se poderá acontecer nas legislativas nacionais o que aconteceu na Madeira, com a reeleição de Miguel Albuquerque para o Governo Regional, respondeu que as sondagens não dizem isso, mas “tudo é possível”.
“Não há vitórias antecipadas e mesmo o recente crescimento do CHEGA e de outros partidos, só no dia 18 é que tem que se confirmar. (…) O que aconteceu na Madeira foi que o CHEGA foi firme até ao fim nas suas convicções e disse, ‘a corrupção por nós não passa, quer ganhemos votos quer percamos votos’. Acabou por haver um reforço até do doutor Miguel Albuquerque, contra tudo aquilo que eu acho que é razoável e contra tudo aquilo em que eu acredito”, afirmou.