Indústria de calçado criou 45 novas empresas e encerrou 25 desde janeiro

A indústria portuguesa de calçado criou 45 novas empresas e encerrou 25 desde início do ano, segundo dados da Informa DB citados pela associação setorial APICCAPS, para quem esta é “mais uma prova" da "vitalidade e renovação" do setor.

© D.R.

De acordo com a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), desde 2019 foram criadas 433 empresas de calçado em Portugal, tendo encerrado atividade 417, no que descreve como um movimento de “renovação do tecido empresarial do setor”.

“À exceção do primeiro ano da pandemia, em todos os restantes há um saldo positivo ao nível da criação de empresas”, salientou o porta-voz da APICCAPS em declarações à agência Lusa.

Segundo Paulo Gonçalves, as novas empresas que têm surgido são “de nova geração e de base tecnológica, mais focadas na área comercial, dos serviços, da promoção da marca ou mesmo na produção de calçado personalizado”.

Sustentando que esta “é mais uma prova da vitalidade do setor de calçado em Portugal”, o responsável associativo lembra que, “nos últimos cinco anos, mesmo numa conjuntura internacional particularmente adversa, o setor de calçado continuou a reforçar a sua posição no contexto europeu” e continua hoje “a ser uma forte referência na Europa”.

Tendo por base dados do Word Footwear Yearbook, a APICCAPS refere que, “também ao nível da produção, Portugal continua a consolidar a sua posição na cena competitiva internacional”.

Desde 2018, a produção de calçado em Portugal aumentou 1,3% para 81 milhões de pares, o que compara com um recuo de 20% (de 92 para 80 milhões) da indústria espanhola e uma quebra de 19,6% da italiana, que produziu 148 milhões de pares em 2023.

“Em termos práticos, na Europa, apenas Portugal reforçou a produção de calçado”, destaca a associação, salientando que “a indústria portuguesa assume, por esta altura, praticamente 20% da produção europeia”.

E se, no ano passado, a produção de calçado nacional recuou 3,6%, registou uma ‘performance’ ainda assim melhor do que a italiana, que caiu 8,6% no mesmo período.

Na comparação com Espanha e Itália, a APICCAPS nota que Portugal também “ganha na dimensão média” das empresas.

De acordo com o Eurostat, no final de 2022 – os últimos dados disponíveis – estavam registadas em Portugal 2.428 empresas de calçado, responsáveis por 41.170 postos de trabalho, que compara com 2.808 empresas espanholas (que empregavam 26.622 trabalhadores) e 6.381 italianas (com 73.218 trabalhadores).

“Feitas as contas, uma das particularidades da indústria portuguesa de calçado prende-se com a dimensão média das suas empresas, consideravelmente maior do que a dos concorrentes externos. Cada empresa portuguesa emprega, em média, 30 trabalhadores, enquanto as italianas apenas nove e as espanholas seis”, nota Paulo Gonçalves.

Para o porta-voz da APICCAPS, “este é o resultado do investimento continuado do setor de calçado em Portugal, na definição de uma visão ambiciosa e em políticas públicas ajustadas, que permitiram ao setor reposicionar-se na cena competitiva internacional”.

“Independentemente dos ciclos conjunturais complexos, continuamos a investir na nossa indústria”, afirmou, realçando os “dois grandes projetos em curso no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que pressupõem um investimento de 140 milhões de euros até ao final do próximo ano”, e o investimento de 600 milhões de euros previsto até final da década no novo plano estratégico do setor.

“Esta é uma forte demonstração de confiança no futuro da nossa indústria”, sublinhou.

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